terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Comemoração do Dia dos Namorados



  

         

Luís Vaz de Camões

                                                              Portugal
                                                               1524 // 10 Jun 1580
                                                              Poeta





Amor é um Fogo que Arde sem se Ver

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se e contente;

É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"



                                   História dos lenços dos Namorados

    



Não existe em Portugal região tão rica em bordados como a do Minho. Os conhecidos "Lenços de Namorados", também designados lenços marcados, bordados ou de amor são uma dessas vertentes.
A tradição dos Lenços de Namorados é significativa nas localidades de Viana do Castelo, Vila Verde, Telões, Guimarães e Aboim da Nóbrega, apresentando, todavia, características de bordado diferente.
A chamada Arte dos Namorados é uma componente fundamental da arte e da cultura popular. Os Lenços de Namorados apresentam-se como a mais genuína forma poética e artística utilizada pelas moças do Minho, em idade de casar. Constituído por um quadrado de linho, ou de algodão, que a jovem bordadeira bordava a seu gosto, o lenço dos namorados fazia parte do traje típico feminino, mas tinha outra função a desempenhar: a conquista do jovem por quem se apaixonara.
Era costume ensinar às raparigas a arte de bordar para que, mal entradas na adolescência, começassem a preparar o enxoval. O lenço era bordado, então, nas longas noites de serão, nos momentos livres do dia ou aquando do apastoramento do gado, pela rapariga apaixonada que ia transpondo para o lenço os sentimentos que lhe iam na alma. A jovem usá-lo-ia ao domingo na trincha da saia ou no bolso do avental; mais tarde oferecê-lo-ia somente ao rapaz que amava como compromisso de amor, este passaria a usá-lo ao pescoço ou no bolso do casaco do fato domingueiro.
É considerado o século de apogeu dos lenços de namorados o período entre 1850 e 1950. Muitos dos lenços encontram-se conservados nas famílias, mas já existem alguns em museus. Entre os textos bordados sobressaem as quadras de inspiração popular. Desde o ponto de vista linguístico constituem um documento de excepcional valor: bordados em longo trabalho por bordadeiras de escassa alfabetização, apresentam a língua popular do modo mais directo, nos seus diferentes aspectos. Os textos analisados tal como aparecem nos lenços, com todos os seus "desvios" da língua culta e da ortografia padrão, conservam assim todo o seu valor documental como testemunhos da fala popular.

(Extraído e condensado de "Portal das Curiosidades")




                Exposição no CRE da Comemoração do Dia dos                                                      Namorados



                   


E por falar de amor...
Visualiza este pequeno filme!



E a disciplina de Inglês do 3º Ciclo, 8º Ano, A,B,C e D também realizaram uns originais marcadores para oferecerem aos leitores do CRE.

              

Conheces a lenda de S.Valentim? Propomos-te a sua descoberta através deste pequeno filme narrado em inglês e com legendas portuguesas.