A 1 de
Outubro comemora-se o dia internacional da música.
Para comemorar esta data selecionámos um conjunto de poemas com a indicação do endereço para ouvires a interpretação musical.
Hora De Acordar
É
hora de acordar, chama o despertador
Toda a casa me chama, o que dava por ficar
Mais meia hora na cama, mas é hora de acordar
É hora de acordar...
Mais meia hora na cama, mas é hora de acordar
É hora de acordar...
É hora de abalar, seis quilos pesa a sacola
É o peso da instrução, chego tarde às horas da escola
Saio de lá cidadão, é hora de abalar
É hora de abalar...
Quem me dera ir à escola, num feliz passo ligeiro
E não com ar de quem vai para a cadeira do barbeiro
Quem me dera ir escola, num feliz passo ligeiro...
Quem me dera perguntar, sem ter medo de errar
Será o sol uma gema, de um ovo por estrelar
Quem me resolve o problema, que é hora de acordar
É hora de acordar...
Quem
me dera estar na sala, como quando estou lá fora
Onde tudo me interessa, e o tempo não tem hora
Quem me dera estar na sala,
Como quando estou lá fora...
Quem
me dera ir à escola, num feliz passo ligeiroOnde tudo me interessa, e o tempo não tem hora
Quem me dera estar na sala,
Como quando estou lá fora...
E não com ar de quem vai para a cadeira do barbeiro
Quem me dera ir escola, num feliz passo ligeiro...
Carlos Tê
(interpretado pelos Cabeças no Ar) http://www.youtube.com/watch?v=pvyoa8F6apU
E sei de um baile de gala
Que se dá todas as noites
Nas estantes da tua sala
Olha Ulisses o Argonauta
A dançar com o mar à proa
Aquele é o senhor Fernando
A dançar com a sua Pessoa
Olha o mestre Gil Vicente
Entre a raínha e o bobo
E aquele à frente é o Aleixo
É o poeta do povo
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile, é o baile
Da biblioteca
Sai o Zorro de rompante
Numa lombada de couro
A declarar ser migrante
Para a ilha do tesouro
Ao piano o Conde d'Abranhos
Não dá sinais de abrandar
É preciso o sol nascer
Para o baile acabar
Como se anda Dom Quixote
Largando da mão a lança
Vamos dormir criaturas
Que amanhã também se dança
Carlos Tê
(interpretado pelos Cabeças no Ar) http://www.youtube.com/watch?v=XqSusTogfKw
O
professor de português
Empolgou-se na lição
Tropeçou caíu ao chão
Quase partiu o pescoço
Como aquele sábio grego
Que de tanto olhar o céu
Caíu dentro dum poço
Empolgou-se na lição
Tropeçou caíu ao chão
Quase partiu o pescoço
Como aquele sábio grego
Que de tanto olhar o céu
Caíu dentro dum poço
O professor de português
Falava de natação
Dos poemas de Camões
Eu vi toda a epopeia
Senti o cheiro ao mostrengo
Cheirava a sal e a trovões
E a desgostos de sereia
Mas eu quero-lhe dizer
Um segredo verdadeiro
Até o Stör caír
Os livros não tinham cheiro
E eu que não tinha atenção
Era uma nota sofrível
Senti vivo o predicado
Dentro do meu coração
Saltei subí de nível
Fiz-me sujeito acordado
No centro da oração
Ó meu caro professor
Eu quero-lhe agradecer
Ter ganho o meu nariz
Nele vou a toda a parte
É uma força motriz
Vou a Roma e a Paris
Vou à Lua e vou a Marte
Ó meu caro professor...
Carlos Tê
(interpretado pelos Cabeças no Ar) http://www.youtube.com/watch?v=Za2eFZTz37A
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
(interpretado pelos Mente Aberta) http://www.youtube.com/watch?v=IFEdKy7OOUA
De 1 a 5 de outubro, nos intervalos, vai até ao CRE/BE
ouvir interpretações musicais destes poemas.
Boas Leituras!
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