Os alunos reescreveram e ilustraram contos
O colar de Deolinda
Vou
contar-vos a minha história… Começo por dizer-vos que sou um cordão de ouro feito
com o ouro mais bonito, encontrado no Alto Minho, e trabalhado por um ourives
de Ponte de Lima no princípio do séc. XIX.
Mas a
Deolinda casou – se e teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Entre as raparigas, houve uma que morreu e por isso acabei por ser dividido em três
partes, quando a minha dona morreu. Duas partes de mim foram com as suas novas
donas para a França e outra parte veio para Lisboa e, agora, está com a neta
mais nova da Deolinda. A minha nova dona é tão alegre e cheia de energia como a
antiga. Também ela gosta de me exibir, mas já não veste o traje típico minhoto. Em
vez disso, veste o seu traje de trabalho, um blazer e calças escuras para ir
para o escritório. Esses dias são aborrecidos e longos e só me alegro quando ao
fim do dia chega a casa para abraçar as suas três filhas amorosas. Eu próprio
sinto o calor desses abraços, que me fazem relembrar os mesmos abraços que
Deolinda dava aos seus seis filhos.
Sei que quando olham para mim, todos a recordam também, sentido saudades da sua alegria, do seu amor e companhia. Espero continuar a passar de geração em geração nesta família e levar a todos a mesma alegria que Deolinda dava. Sei que agora valho mais do que valia antes, mas não é só por isso que sou valioso. Sou mais valioso porque tenho muitas histórias para contar, que relembram os familiares queridos que já partiram.
A minha
primeira dona foi uma bela jovem chamada Deolinda, que me recebeu como prenda
de aniversário oferecida pelos seus pais. Era a mais nova de quatro irmãs e a
mais alegre de todas. Tinha sempre histórias engraçadas para contar e ninguém à
sua volta estava triste.
Sempre
que havia festas e feiras, a Deolinda levava-me, toda vaidosa, ao seu pescoço e
exibia-me com o seu traje típico de minhota. Nesses dias, ficava tão tonto de
girar por todo o lado… Deolinda passava o tempo a dançar, mesmo com o meu peso
ao pescoço.
Nessa
altura, eu era ainda muito comprido e para ser usado tinham de dar três voltas
ao pescoço. Era assim que deveria ser usado, porque era essa a tradição
minhota.
Sei que quando olham para mim, todos a recordam também, sentido saudades da sua alegria, do seu amor e companhia. Espero continuar a passar de geração em geração nesta família e levar a todos a mesma alegria que Deolinda dava. Sei que agora valho mais do que valia antes, mas não é só por isso que sou valioso. Sou mais valioso porque tenho muitas histórias para contar, que relembram os familiares queridos que já partiram.
Texto de: Carolina Antunes, 6.º G
Boas Leituras!
Sem comentários:
Enviar um comentário